Judô brasileiro conquista mais quatro medalhas nos Jogos Pan-Americanos
No segundo dia de competição individual, Gabriel Falcão e Guilherme Schmidt foram ouro, Daniel Cargnin prata e Ketleyn Quadros bronze
O judô brasileiro segue fazendo história nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. Neste domingo (29), segundo dia de competição individual, o país subiu ao pódio mais quatro vezes e se isolou no quadro geral de medalhas da modalidade. Gabriel Falcão (73kg) e Guilherme Schimidt (81kg) faturaram o ouro, Daniel Cargnin (73kg) foi prata e Ketleyn Quadros (63kg) conquistou um dos bronzes do peso meio-médio feminino.
Dobradinha no 73kg
Os dois representantes brasileiros no 73kg fizeram bonito nas preliminares e chegaram até a grande final da categoria.
Daniel Cargnin estreou vencendo o argentino Matteo Etchechury por ippon, nas oitavas de final, e, na rodada seguinte, mandou o canadense Antoine Bouchard para a repescagem com um waza-ari. Na semifinal, venceu o colombiano Andrés Sandoval também por waza-ari e garantiu sua segunda medalha em Jogos Pan-Americanos.
Ao término da luta, entretanto, o medalhista olímpico sentiu o tornozelo esquerdo e, após avaliação médica, não teve condições de lutar a final e ficou com a medalha de prata.
“Estou muito feliz, de modo geral. O importante é que o Brasil teve uma dobradinha na final. A gente sabe que o judô tem uma responsabilidade enorme no quadro de medalhas e acredito que estamos fazendo nosso papel. Amanhã vamos fechar com chave de ouro essa competição individual”, disse Cargnin.
No outro lado da chave, Gabriel Falcão estreou com vitória por fusen-gachi (W.O), já que o estadunidense Jack Yonezuka não apareceu para o combate. Nas quartas de final, venceu o mexicano Gilberto Cardoso por waza-ari e, na semifinal, passou pelo dominicano Antonio Tornal nas punições.
Falcão foi medalhista de ouro no Pan Júnior de Cali, em 2021, e fez a dobradinha dourada, desta vez no Sênior, em Santiago. A medalha ainda teve um gostinho especial, já que foi a centésima conquistada pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos 2023.
“Vim treinando bastante para conseguir esse título de campeão pan-americano. Estou muito feliz por ter conseguido e agora é focar nos próximos objetivos. Sou da classe júnior ainda e isso é sinal de muito trabalho dando certo”, comemorou Falcão.
Schimidt domina no solo e fatura o ouro
A segunda medalha dourada do dia veio com Guilherme Schmidt (81kg), que mostrou sua força na luta de solo durante todas os combates que fez. Ele estreou direto nas quartas de final e venceu o canadense David Popovic por imobilização. Já na semifinal, conseguiu encaixar o estrangulamento e forçou o dominicano Medickson Del Orbe a bater.
A decisão do ouro foi contra o chileno Jorge Perez, dono da casa. Mas, mesmo com a pressão da torcida, Schmidt conseguiu um waza-ari nos primeiros minutos de luta e, logo depois, encaixou a imobilização até o ippon.
“Fiquei muito feliz com essa conquista. Era um adversário que eu já tinha vencido em outra ocasião e, inclusive, há um tempo atrás ele fez um treino comigo em Minas. Acho que ele sentiu bastante meu ritmo de luta e consegui essa vitória. Essa torcida contra me motivou ainda mais a trazer essa medalha para o Brasil”, disse Schimidt.
Ketleyn Quadros é bronze em sua estreia em Jogos Pan
No feminino, a primeira medalha do dia veio com Ketleyn Quadros (63kg). Ela estreou nas quartas de final e venceu a estadunidense Sara Golden nas punições. Na semifinal, não conseguiu passar pelos dois waza-ari da canadense Isabelle Harris e foi para a decisão do bronze, onde venceu a colombiana Cindy Mera com um waza-ari.
“Para mim, essa medalha é super especial. Apesar de já ter uma bagagem bem grande na modalidade, foi meu primeiro Jogos Pan. Diferente das outras edições, nessa cada atleta precisou se classificar em sua categoria e foi super desgastante. Chegar aqui e conquistar uma medalha é uma resposta positiva para todo o trabalho”, comentou.
Ketleyn entrou para a história do esporte brasileiro ao tornar-se a primeira mulher medalhista olímpica em esportes individuais em Pequim 2008. Hoje, 15 anos depois, fez sua estreia em Jogos Pan-Americanos e conquistou sua primeira medalha.
Aléxia Castilhos e Luana Carvalho são quinto
O Brasil ainda teve mais duas representantes neste domingo, ambas no peso médio feminino (70kg).
Luana Carvalho estreou nas oitavas com vitória por ippon (imobilização) sobre Yasmin Alamin, dos Estados Unidos. Nas quartas de final, vencia a equatoriana Celinda Corozo com um waza-ari, mas acabou sofrendo um ippon e precisou ir à repescagem, onde passou pela argentina Victoria Delvecchio com um ipponzaço.
A luta pelo bronze foi contra a venezuelana Elvismar Rodriguez, que conseguiu encaixar uma chave-de-braço que fez Luana bater e ficar com o quinto lugar.
Já Aléxia Castilhos venceu a mexicana Katia Castillo com dois waza-ari na estreia e, nas quartas de final, bateu para a chave-de-braço de Elvismar Rodriguez (VEN). Na repescagem, passou pela colombiana Luisa Bonilla por ippon e avançou para a disputa de bronze. A decisão seguiu até os quatro minutos de golden score, onde a equatoriana Celinda Corozo conseguiu o ippon.
O judô no Pan continua nesta segunda-feira (30), com mais sete brasileiros na busca por medalhas: Rafael Macedo (90kg), Kayo Santos (100kg), Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Silva “Baby” (+100kg), Eliza Ramos (78kg), Samanta Soares (78kg) e Beatriz Souza (+78kg).
As preliminares começam às 10h (horário de Brasília), com finais a partir das 15h.
Transmissão ao vivo: Canal Olímpico do Brasil e Cazé TV.