Daniel Cargnin é quinto no Campeonato Mundial de Judô, em Abu Dhabi
Brasileiro parou em mongol na disputa de bronze do peso leve, nesta terça (20), e teve melhor desempenho do país na competição até o momento
O judô brasileiro chegou muito perto de conquistar sua primeira medalha no Campeonato Mundial de Abu Dhabi. Nesta segunda-feira (20), o gaúcho Daniel Cargnin ficou com o quinto lugar do peso leve masculino (73kg), o melhor desempenho do Brasil na competição até o momento. Na disputa de bronze contra o mongol Akhzaya Lavjargal, ele levou a pior nas punições e garantiu 720 pontos no ranking olímpico, o que lhe garantiu a posição de cabeça-de-chave em Paris 2024.
Daniel estreou com vitória por waza-ari no golden score sobre o francês Joan-Benjamin Gaba e avançou às oitavas de final, onde lutou com o italiano Manuel Parlati. O brasileiro abriu um waza-ari de vantagem no início do confronto, conseguiu manter um bom volume de ataques, mas foi contra-golpeado e sofreu o empate. Mas, logo em seguida, Cargnin recuperou-se e pontuou um segundo waza-ari para avançar às quartas-de-final.
Nessa fase, enfrentou o cabeça de chave número um da categoria, Hidayat Heydarov, do Azerbaijão. Ele encaixou uma projeção que acabou levando Daniel de cabeça ao chão e o brasileiro foi desclassificado do combate por “head dive”. Mas, na repescagem, Daniel foi bem, forçou duas punições em Erdenebayar Batzaya, da Mongólia, e fechou com ippon para chegar à disputa de bronze.
Na luta decisiva, Cargnin começou com um bom ritmo de ataques e logo conseguiu forçar duas punições a Lavjargal, mas o mongol se recuperou e conseguiu igualar o placar. No golden score, com os dois pendurados, o brasileiro tentou uma entrada, que foi caracterizada como falso ataque pela arbitragem, e levou a terceira punição, terminando o Mundial em quinto lugar.
Essa foi a segunda disputa de bronze em Mundiais de Cargnin, no ciclo onde decidiu subir do -66kg, categoria que foi medalhista olímpico em Tóquio 2020, para o -73kg. Em 2022, ele foi bronze em Tashkent, no Uzbequistão.
Mesmo que a medalha não tenha saído em Abu Dhabi, o resultado do brasileiro é fruto de muita resiliência e motivo de orgulho. Nas últimas semanas, o Rio Grande do Sul, seu estado natal, foi atingido por fortes chuvas que deixaram cidades submersas e mais de 200 mil pessoas desabrigadas. Em meio à preparação para o Mundial, Daniel trabalhou ativamente para ajudar diversas famílias, arrecadando fundos por meio de vaquinhas online e comprando mantimentos para aqueles que estão nos abrigos e na linha de frente.
Ele inclusive lutou a competição inteira com a bandeira do Rio Grande do Sul bordada no quimono, uma forma de homenagear toda a população gaúcha.
Brasil ainda teve Willian Lima e Jéssica Lima no tatame
O judô brasileiro teve mais dois representantes no tatame nesta segunda-feira, que não avançaram ao bloco final.
Willian Lima (66kg) estreou com vitória nas punições sobre o judoca do Turcomenistão, Serra Rakhimov. Nas oitavas, enfrentou um adversário mais difícil, o japonês Ryoma Tanaka. Conseguiu impor seu judô e forçou duas punições ao japonês, que respondeu também nas punições e levou a melhor sobre o brasileiro na interpretação da arbitragem (3-2).
Na chave feminina, o Brasil foi representado por Jéssica Lima (57kg), que caiu na primeira rodada para a turca Hasret Bozkurt. Jéssica conseguiu um waza-ari no início do combate, mas a turca virou o placar com duas projeções que pontuaram dois waza-ari a seu favor.
O Mundial de Abu Dhabi continua nesta terça-feira (21), com quatro brasileiros em ação: Ketleyn Quadros (-63kg), Nauana Silva (-63kg), Guilherme Schimidt (-81kg) e Gabriel Falcão (-81kg).
As preliminares começam às 5h (horário de Brasília) e o bloco final às 11h. Canal Olímpico do Brasil, Cazé TV, NSports, Sportv e Judo TV fazem a transmissão ao vivo.