CBJ e clubes dialogam sobre critérios de convocação para Paris 2024

Comissões técnicas da seleção brasileira de judô e dos principais clubes do país se reuniram nesta semana para debater planejamento na reta final do ciclo olímpico

A menos de 200 dias dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a Confederação Brasileira de Judô convidou representantes dos principais clubes do país com atletas na seleção para apresentar propostas e discutir a reta final do processo de formação da seleção olímpica que representará o judô brasileiro na França, em julho. 

A reunião foi aberta pelo presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, que deu as boas-vindas a todos e reforçou o compromisso da instituição com a transparência nos processos e a confiança na gestão de alto rendimento que lidera o planejamento da equipe principal. 

“A gente está muito focado nesse curto espaço de tempo até Paris, sem esquecer dos compromissos que temos até essa data. Agradeço a recíproca de vocês nessa chamada do Marcelo Theotônio. Não tivemos dúvida quando surgiu a necessidade de um novo comando ao alto rendimento e, não diferente, quero afiançar aos senhores que todos os colaboradores da CBJ têm o total respaldo dessa presidência, por que gerenciam equipes muito comprometidas. Estamos sempre à disposição dos senhores. A CBJ é, sim, a casa do bom judô brasileiro. Desejo um bom 2024 a todos e sucesso a todos nós”, disse. 

O objetivo do encontro foi apresentar aos treinadores e treinadoras que trabalham nos clubes diariamente com os atletas da seleção qual deve ser a linha de raciocínio da comissão técnica da CBJ para definir os critérios de formação da equipe olímpica. Marcelo Theotonio, gerente de alto rendimento da CBJ, apresentou os tópicos principais ao lado dos treinadores da seleção, Antonio Carlos “Kiko” Pereira, Sarah Menezes e Andrea Berti. 

“A definição de um processo olímpico é de muita responsabilidade, deve ser cauteloso e, por isso, gostaríamos de dividir com os clubes. A ideia foi dividir com esses parceiros a linha de raciocínio da CBJ, ouvir sugestões, e aí sim, divulgar o projeto escrito com as regras do jogo definidas. Queremos trazer transparência e clareza para o processo. É claro que a decisão final é da CBJ, mas entendemos que temos muito a ganhar com o debate, ouvindo os treinadores e apresentando o nosso ponto de vista”, explicou Theotonio. 

Ao final da apresentação, todos puderam tirar dúvidas e contribuir com sugestões ou depoimentos. Por exemplo, treinadores que já fizeram parte da seleção num passado recente e que viveram na pele a corrida olímpica, como Hugo Pessanha, do Minas Tênis Clube, e Leandro Guilheiro, do Esporte Clube Pinheiros, contribuíram com ideias e questionamentos. 

Além deles, participaram também representantes dos clubes Instituto Reação, Clube Paineiras do Morumby, SESI-SP, Sogipa, Umbra-Vasco da Gama, Clube de Regatas do Flamengo, entre outros. 

Já os treinadores da seleção foram unânimes em elogiar a parceria e a integração com os demais treinadores ao longo desse ciclo. 

“Nós temos uma dependência muito positiva dos clubes, temos trocado ideias com os treinadores sobre planejamento, sobre como está naquele momento determinado atleta para convocação e isso tem sido fundamental para o nosso sucesso”, pontuou Kiko Pereira, técnico da seleção masculina do Brasil.

“Toda vez que entro em contato buscando o alinhamento tenho a resposta efetiva. Todos concordam que este é um ano muito importante para todos nós e o objetivo em comum é o resultado olímpico, é ter o melhor atleta nessa participação. Que a gente continue com esse alinhamento contínuo, pois quanto mais próximo for mais chances de acertar a gente tem”, completou Andrea Berti, técnica da seleção feminina ao lado de Sarah Menezes, que concluiu:

“O importante é todos estarmos atentos aos detalhes e trabalharmos, não só quando os atletas estão com a gente, mas nos clubes também. Todos nós estamos com os mesmos objetivos e é só continuar trabalhando firme que os resultados continuarão vindo.”