Brasil conquista prata no Pan por equipes e fecha Santiago com recorde de pódios e de ouros
Campanha histórica do judô teve 16 medalhas, sendo sete ouros, duas pratas e seis bronzes individuais, além da prata por equipes mistas
O judô brasileiro concluiu, nesta terça-feira, 31, a sua melhor campanha na história em Jogos Pan-Americanos. Foram 16 medalhas ao todo, sendo 15 medalhas individuais e a prata na competição por equipes mistas. Os sete ouros, três pratas e seis bronzes superaram, tanto em qualidade, quanto em quantidade, a melhor campanha do judô em Pan, que foi em Guadalajara 2011 (6 ouros, 3 pratas e 4 bronzes).
“A comissão técnica está bastante satisfeita com o desempenho do judô brasileiro. Confirmamos o protagonismo na Pan-américa. Foram 16 medalhas no total e batemos recorde no número de medalhas. Eu destaco os atletas e suas preparações, eles tiveram que dividir o foco entre classificação olímpica e para os Jogos Pan-Americanos, que são rankings diferentes, e fizeram essa bela conquista. Além disso, tivemos todo apoio e suporte do Comitê Olímpico do Brasil, CBJ e dos treinadores e clubes que fizeram parte desse processo importante”, avaliou Marcelo Theotonio, gerente de alto rendimento da CBJ.
Na competição por equipes, o Brasil teve uma campanha sólida nas preliminares, passando por Venezuela e Colômbia. Mas, na final, sucumbiu à seleção de Cuba com direito a luta extra de desempate.
Brasil 4 x 1 Venezuela
A campanha brasileira começou com vitória por quatro a um sobre a Venezuela, nas quartas-de-final. Leo Gonçalves (+90kg), Rafaela Silva (57kg), Gabriel Falcão (73kg), Aléxia Castilhos (70kg), Guilherme Schimidt (90kg) e Beatriz Souza (+70kg) foram escalados para o primeiro duelo e deram conta do trabalho.
Léo finalizou Luis Amezquita com uma chave de braço e Rafaela Silva sobrou para cima de Fabiola Diaz com um waza-ari e um ipponzaço.
No terceiro combate, Falcão abriu um waza-ari de vantagem sobre Sergio Mattey e fechou a luta nas punições.
A Venezuela descontou com sua atleta mais forte, Elvismar Rodriguez, medalhista de bronze no individual, que superou Aléxia Castilhos por ippon.
Mas, Guilherme Schimidt projetou Carlos Paz e garantiu o quarto ponto brasileiro, fazendo a equipe avançar à semifinal.
Brasil 4 x 0 Colômbia
Para esse confronto, a comissão técnica promoveu mudanças na equipe e escalou Luana Carvalho (70kg) no lugar de Aléxia, William Lima (73kg) no lugar de Falcão, Rafael Macedo (90kg) no lugar de Schmidt e Rafael Silva (+90kg) no lugar de Léo Gonçalves, mantendo Beatriz Souza e Rafaela Silva para o segundo combate.
A campeã olímpica não tomou conhecimento de Maria Villalba e projetou-a ao solo marcando mais um lindo ippon. William Lima repetiu a dose e derrubou Andres Sandoval na passada do adversário.
O terceiro combate foi o mais equilibrado. Luana sofreu um waza-ari de Luisa Bonilla, mas buscou o empate e forçou três punições impondo maior volume de ataques.
Rafael Macedo ficou, então, com a responsabilidade de fechar o placar e não decepcionou. Finalizou Daniel Paz com uma chave de braço, marcou o quarto ponto e colocou a equipe brasileira na final inédita da competição por equipes mistas dos Jogos Pan-Americanos.
Brasil 3 x 4 Cuba
A decisão foi um clássico entre as duas maiores potências do judô pan-americano: Brasil e Cuba.
Sem representante no 57kg, os cubanos começaram em desvantagem no placar (1x0) e viram o Brasil ampliar com vitória de Gabriel Falcão por waza-ari contra Magdiel Estrada.
Em seguida, Idelannis Garcia venceu Luana Carvalho (70kg) por ippon e descontou para Cuba.
O empate veio com vitória de Ivan Silva Morales, por waza-ari, contra Rafael Macedo (90kg).
Mas, Beatriz Souza (+78kg) colocou o Brasil na frente com uma revanche sobre sua algoz no individual, Idalys Ortiz. Bia foi mais agressiva no combate e forçou três punições à Ortiz.
O drama ficou, portanto, para a última luta. Andy Granda e Rafael Silva “Baby” fizeram mais um duelo equilibrado e o cubano levou a melhor nas punições. Tudo igual no placar, forçando a luta de desempate.
O sorteio da categoria para luta extra foi cruel e recolocou os dois pesados que tinham acabado de lutar para se enfrentarem novamente. E, de novo, o cubano levou a melhor, acelerando o ritmo e desgastando fisicamente o brasileiro para vencer a luta nas punições e levar o ouro para Cuba.
“Eu treinei muito para estar aqui. Queria fazer uma campanha melhor no individual e ter trazido essa medalha de ouro nas equipes, mas é judô. Tem que reconhecer que o adversário foi melhor e que Cuba se portou bem, então estou feliz de ter conseguido entregar meu melhor e agora é treinar e focar nos próximos objetivos”, comentou Baby ao final da competição.