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03/02/2025 16:58:00
Arbitragem

Árbitros e treinadores brasileiros elogiam Seminário da CBJ e projetam judô mais dinâmico com novas regras

Coordenação nacional de arbitragem apresentou as mudanças na regra para público de mais 430 judocas durante Seminário Técnico realizado em Pindamonhangaba, nos dias 01 e 02 de fevereiro

Árbitros e treinadores brasileiros elogiam Seminário da CBJ e projetam judô mais dinâmico com novas regras
CBJ realizou Seminário Nacional sobre novas regras do judô para o ciclo 2028. Foto: Anderson Neves/CBJ

A Confederação Brasileira de Judô reuniu cerca de 430 pessoas, entre árbitros, treinadores e dirigentes, em Pindamonhangaba, São Paulo, para o Seminário Técnico Nacional, nos dias 01 e 02 de fevereiro. O encontro serviu para que a gerência de Competições e a Coordenação Nacional de Arbitragem da CBJ apresentassem à comunidade do judô brasileiro as mais novas atualizações da regra de competição oficial da Federação Internacional de Judô. 


“A gente realizou esse Seminário aberto a todas as Federações, voltado para treinadores e árbitros de todo o Brasil. Reunimos 434 pessoas e o objetivo foi refletir sobre as novas regras adotadas para esse novo ciclo visando aos Jogos de Los Angeles 2028, contribuindo para os estudos dos treinadores e arbitragem sobre a nova regra, que será adotada já nesta semana no Brasil, no Meeting Nacional Sub-18 e Sub-21, que inicia o nosso calendário”, explicou Thiara Bertoli, gerente de competições da CBJ. 


Para detalhar o novo regulamento, a Confederação replicou o formato de seminário da FIJ, com estrutura de telão em led para exibir os vídeos de cada situação de luta e demonstrações práticas em área oficial de tatame montado no salão que recebeu o evento, em Pinda. 


“Eu acho que foi uma grande vitória do judô brasileiro. Tudo o que foi colocado no Seminário Técnico em Istambul, foi trazido aqui com a mesma estrutura apresentada pela FIJ, com apresentação de árbitros do naipe masculino e feminino, uma realização ímpar. Lembrando que a FIJ reuniu 307 participantes e a CBJ reuniu 430, entre árbitros, técnicos, atletas e dirigentes que também nos prestigiaram”, comemorou o coordenador de arbitragem, Edison Minakawa. +GALERIA DE FOTOS


O Seminário foi obrigatório para os árbitros brasileiros que atuarão nas competições oficiais em 2025, mas também atraiu um grande número de treinadores, que foram atrás do conhecimento da regra para melhor preparar seus atletas em termos táticos e estratégicos. 


“Saímos daqui com a regra renovada embaixo do braço e agora os árbitros e treinadores vão ter mais trabalho ainda. Foi fundamental essa troca de conhecimento para o desenvolvimento do judô brasileiro”, afirmou Rosicleia Campos, treinadora do Flamengo e ex-treinadora da seleção brasileira de judô, com quatro olimpíadas no currículo. “Sem dúvida, as mudanças nas regras de kumikata e saída de área vão criar mais dinâmica na luta. Eram situações que geravam muitas dúvidas e polêmicas. Como foi dito aqui, o judô tem várias escolas, não só a japonesa. Então, essa possibilidade de termos vários tipos de kumikata, de você poder sair da área sem tomar um shido vai ficar bem legal, bem mais dinâmico”, complementa, destacando as novidades que mais chamaram sua atenção.


Supervisor de arbitragem da FIJ e árbitro olímpico nos Jogos de Tóquio e Paris, André Mariano dos Santos revelou que o Brasil foi um dos países que contribuíram com a formatação das novas regras junto à cúpula da FIJ e destacou o principal objetivo das mudanças. 


“Nós tivemos a oportunidade de enviar algumas sugestões à Federação Internacional de Judô e nós fomos felizes que algumas foram aceitas. Acredito que foi bom, tanto para a evolução do judô de maneira geral, para que o atleta possa ter mais segurança na hora de competir, quanto para que os árbitros tenham mais clareza nas situações definidas pela própria FIJ. Muitas ações foram destinadas para que o combate não se alongasse tanto. Então, o retorno do Yuko deve fazer com que não tenhamos um Golden score tão largo. Isso é bom para a mídia, para o judô como esporte. Esse período de experimentação de seis meses vai fazer com que os atletas possam entender que muitos pedidos técnicos foram aceitos. Isso é evolução do judô, do esporte”, concluiu o FIJ A. 


A nova regra já foi adotada na primeira etapa do Circuito Mundial IJF, nesse final de semana, no Grand Slam de Paris, onde o Brasil conquistou uma medalha de prata, com Leonardo Gonçalves (100kg).


Autoridades nacionais prestigiaram o Seminário da CBJ


Além de árbitros e treinadores, diversas autoridades do judô nacional passaram por Pinda para prestigiar o evento, neste final de semana. O presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, que também é árbitro FIJ A, fez a abertura oficial do evento, no sábado, lembrando dos desafios que a arbitragem internacional passou durante os Jogos de Paris e expectativa gerada em torno da atualização da regra. 


“Durante os Jogos de Paris, muitos erros e falhas da arbitragem foram evidenciadas. Quem estava acompanhando viu nosso chefe de equipe, Marcelo, respeitosamente e com autorização, questionar a Comissão de Arbitragem e tivemos as explicações, bem como a previsão de que a FIJ faria alterações na regra após o ciclo, como de praxe. Depois, em dezembro, levamos a maior delegação, com 11 representantes, ao Seminário de Istambul, onde essas mudanças foram apresentadas. Não nos surpreende o quantitativo alto que estamos vendo aqui hoje, tínhamos essa perspectiva e, por isso, organizamos essa estrutura que não deixa nada a desejar à da FIJ para oferecer o melhor também à nossa comunidade”, pontuou o presidente da CBJ. 


Ele esteve acompanhados de diversos presidentes de Federações estaduais de judô, como Luiz Bayard (FGJ), Luiz Augusto Martins Teixeira (FMJ), Josmar Amaral (FEGOJU), Luiz Gonzaga Filho (FEMEJU), Helder Faggion (FPRJ), Fernando Moimaz (FMTJ), Moisés Penso (FCJ), Henrique Guimarães (FPJ), Georgetown Pacheco (FEJET) e também do presidente de honra da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira. 



Todo o material exibido no Seminário Técnico Nacional está disponível online aqui.