A equipe da Sogipa (RS), liderada pelo medalhista olímpico de Tóquio 2020, Daniel Cargnin, conquistou, neste sábado, 20, a medalha de bronze na Copa Brasil Interclubes de Judô, principal competição por equipes mistas do judô brasileiro. O pódio veio com vitória por 4 a 3 sobre o Instituto Reação (RJ). Daniel Cargnin (73kg), Talita Libório (+70kg) e Jéssica Lima (57kg), duas vezes, fizeram os pontos que deram a vitória aos gaúchos na arena montada pela CBJ em Pindamonhangaba (SP).
“Foi uma conquista, realmente, muito difícil. A gente veio com uma equipe muito capaz, mas que não era a nossa equipe principal e quem veio deu conta do recado. Eu acho que o resultado da Sogipa foi muito verdadeiro, foi uma conquista muito importante e todos os atletas estão de parabéns”, pontuou Daniel Pires, técnico da Sogipa. O clube gaúcho poupou alguns de seus principais atletas, como os olímpicos Maria Portela (70kg) e Rafael Macedo (90kg), que se preparam para lutar a Seletiva Nacional em algumas semanas.
O título da Copa Brasil ficou com o Pinheiros, que bateu o Minas por 4 a 0 na grande final deste sábado.
O caminho até o bronze
Na fase de grupos, Sogipa e Reação classificaram-se em primeiro lugar em seus respectivos grupos. A Sogipa venceu o Paineiras do Morumby (4 a 0) e o Minas Tênis Clube (4 a 2), mas caiu para o Pinheiros (4 a 3), na semifinal.
Já o Reação venceu o SESI (4 a 0) e Pinheiros (4 a 3) na fase de grupos, e parou no Minas (4 a 3) , na semifinal.
A disputa de bronze
Em 2020, os dois clubes haviam ficado fora do pódio, que teve Pinheiros, Minas e Paineiras. Para este ano, as equipes se concentraram na busca pela medalha e chegaram às finais com o melhor desempenho na fase de grupos.
A disputa pelo bronze começou com um duelo de gerações. O novato Gabriel Falcão teve a responsabilidade de abrir o confronto enfrentando o medalhista olímpico Daniel Cargnin. Na tática, Cargnin impôs maior volume de ataques e venceu a luta nas punições.
O Reação empatou com imobilização de Danielle Karla Oliveira sobre Aine Schimidt, no 70kg. Gustavo Assis bateu Matheus Assis, no 90kg, para virar o placar a favor do Reação.
A Sogipa empatou com Talita Libório (+70kg), que perdia por um waza-ari e conseguiu buscar o ippon sobre Renata Januário.
Nos pesados, o Reação voltou a liderar graças à vitória de João Cesarino sobre Leonardo Lopes.
A Sogipa foi, então, para a última luta com Jéssica Lima tentando manter o time gaúcho vivo no combate. Ela não decepcionou e venceu Jéssica Pereira por ippon para deixar tudo igual. As duas mal respiraram e já tiveram sua categoria sorteada para a luta de desempate.
Pereira voltou mais agressiva e buscou a luta de solo, seu ponto forte, para vencer Lima. Foi aí que o lance mais discutido da competição aconteceu. Jéssica Pereira tentava encaixar o sankaku, uma técnica de imobilização com as pernas, enquanto Jéssica Lima tentava defender-se. O árbitro deu o comando de matê para paralisar a luta e Pereira indicou que sua adversária teria batido, o que seria ippon. A arbitragem entendeu o contrário e deu seguimento à luta. Jéssica Lima, então, conseguiu projetar Pereira e marcar um waza-ari que garantiu a vitória e a medalha da Sogipa na competição.
Ao final, Jéssica Lima enalteceu sua adversária e explicou o que aconteceu naquele momento decisivo da luta final.
“Eu e a Jéssica viemos da categoria de baixo (52kg), então já tinha enfrentado ela outras vezes. Mas, nunca tinha saído com a vitória. Desde então, as duas subiram de categoria e eu vinha numa evolução, sabia que ia ser uma luta muito dura. Mas, estava confiante no meu judô, tenho consciência de tudo que eu estava fazendo. Ela apertou, e foi tudo muito simultâneo, o árbitro deu matê e eu realmente bati ali. Mas, foi muito simultâneo. A Jéssica é uma atleta muito dura eu sei que vou enfrentá-la o ciclo olímpico inteiro e sei que teremos mais muitas lutas boas pela frente”, disse a atleta da Sogipa ao deixar o tatame.